“Na FNAC do BarraShopping, um menino circulava curioso. Sua presença ali não costuma ser admitida pelos seguranças do shopping. Negro, pobre, vestido com as roupas possíveis, costuma ser tocado como se estivesse pronto a cometer um crime. Por um 'descuído', foi admitido ontem por alguns minutos. Passou algum tempo no iPad, tocando a tela com um brilho nos olhos, e depois encontrou o X-Box ligado para atrair compradores. Não demorou a entender o mecanismo. Logo estava jogando golfe contra o computador. E vencendo. Uma cena linda, que parei pra ver e, furtivamente, eternizei com o celular. Saiu dali para o ponto de ônibus. O golfista que possivelmente não teremos. E, principalmente, o cidadão que estamos perdendo.”
Josué de Castro nos dizia que a fome, era antes de tudo, uma expressão biológica de males sociológicos. Num meio de tecnologias que permitem a superação dos limites entre tempo e espaço, a fome se apresenta como uma das maiores perversidades e contradições do mundo contemporâneo.
Trabalho apresentado pela 8ºE no Seminário de Geografia sobre Problemas Populacionais Contemporâneos (Créditos no vídeo).